sexta-feira, 12 de junho de 2009

“Mãe, me formei, e agora?”

Lana Krisna
Boca no Trombone para o Informe R.Sá em Picos

O artigo de hoje traz diversos comentários retirados da internet sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalista.
Essa discussão trata-se, no frigir dos ovos, de uma briga de gente grande. Mas vale a pena quebrar a barreira dos vidros da academia e tentar ver um pouco além:
“Se diploma não for obrigatório, amanhã mesmo vou abrir um consultório médico e vou virar cirurgiã! Afinal de contas, conhecimento e estudos pra quê?” (Tatiana Vasco Souza, jornalista, Triunfo, RS)
"Assim como os advogados, médicos e dentistas, os jornalistas também têm que ser diplomados. Jornalismo não é brincadeira!" (Igor Abreu, jornalista - Angra dos Reis, SP)
"Assim como médicos precisam de diploma para operarem as pessoas, o jornalista precisa do diploma para servir a sociedade com a verdade e ética!" (Clarissa Hermes, acadêmica de Jornalismo, UFSM/Frederico Westphalen, RS)
"Acho fraco o argumento daquelas pessoas que se utilizam da comparação com outras profissões para defenderem o diploma de jornalismo. Mesmo que o tema em questão seja "obrigatoriedade do diploma" não é possível comparar profissões porque elas apresentam estruturas e históricos diferentes. Faculdades de Medicina e Direito tem notas `A´ e `B´ no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), os cursos de Comunicação tiram em média `C´ e `D´.
édicos e advogados tiram férias, têm FGTS e possuem uma classe trabalhadora forte. Muito o contrário acontece na profissão de jornalismo." (MARTINS, Alexandra. Contra obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Fotografia sem preconceito.Acesso em 20 mai 2009)
"Indiscutivelmente, comparar o jornalismo com profissões técnicas é a falácia mais usada para defender a obrigatoriedade do diploma. No entanto, é difícil encontrar quem argumente que o jornalismo é uma profissão verdadeiramente técnica e não intelectual (como verdadeiramente é)." (MACIEL, Everton. "O protecionismo não tem um sentido sustentável II". O Blog do Capeta.Acesso em 02 jun 2009)
"A exigência do diploma específico para o exercício da nossa profissão cairá, nas mãos do STF. Isso acontecerá por vários motivos. Primeiro: continuar comparando Jornalismo com as profissões técnicas (Odonto, Medicina, Engenharia etc.) é falta de sobriedade. Ainda: jornalismo não é ciência (humana ou técnica), arte ou filosofia. Portanto, sequer merece estar dentro da universidade – pelo menos no nível da graduação. Quem sabe, uma especialização seja algo menos absurdo?" (MACIEL, Everton. "É hoje". O Blog do Capeta.Acesso em 02 jun 2009)
“Muita gente é formada em jornalismo, mas é incapaz de executar uma entrevista. Existem pessoas não levam jeito para a profissão e fazem jornalismo ou por pura vaidade pessoal ou pela ambição de trabalhar na TV e chegar a ser o William Bonner ou a Ana Paula Padrão. Mas são poucos os jornalistas que chegam a esse topo da carreira, a ponto de ganharem salários acima dos 100 mil reais” (SANTOS, Maxwell. “Os Cinco Clichês do Entusiasta do “Clubinho Douto”.Observatório de Imprensa. Acesso em 06 jun 2009)
Cansada de dar a opinião alheia, expresso a minha:
Eu defendo a necessidade do diploma, não a sua obrigatoriedade. Na universidade os professores colocam nas nossas cabeças que os “dinossauros” da comunicação estão tirando nossas vagas no mercado de trabalho, mas esquecem de falar que é o talento, o profissionalismo e o empenho que leva o jornalista a um bom emprego, além de um diploma. (Salvo nos casos de peixada).
Se formar já não é algo de outro mundo, e não é o diploma que garante a capacidade de alguém, o conhecimento sim faz a diferença. E não basta saber tirar fotos ou escrever lead, é preciso saber pensar e isso os professores não ensinam nas universidades.

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